No ano de 1386, por ordem de D. João I, os judeus foram realocados num espaço intramuros, formando o “ghetto judaico” na freguesia do Olival. Este enclave, cercado por uma muralha com duas portas, rapidamente se desenvolveu graças ao trabalho dos judeus, que urbanizaram uma área anteriormente desinteressante.
A Judiaria Nova do Olival se estabeleceu ao redor da Rua de S. Miguel, com um layout de ruas perpendiculares, formando um burgo dentro da cidade. A comunidade judaica prosperou e assimilou os hebreus expulsos de Castela em 1487.
No entanto, em 1496, o édito de expulsão de D. Manuel I marcou o fim da Judiaria. Muitos judeus deixaram o reino, enquanto outros se converteram ao Cristianismo, tornando-se cristãos-novos.
Atualmente, vestígios dessa história podem ser encontrados, como a descoberta recente de uma arca (ehal) do final do século XVI ou início do século XVII, onde eram guardados os rolos da Lei (Torah), na Rua de S. Miguel.
Eu, a Professora Lígia e os alunos dela da Universidade Lusófona do Porto exploramos esse legado na Rua de São Miguel. Fica aqui o registo fotográfico desse passeio que nos oferece uma visão fascinante da vida e da cultura da comunidade judaica no Porto medieval.
Espaço de Maria 
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