Espaço de Maria

Depois de mais de duas décadas de espera, o Grande Museu Egípcio (GEM) foi inaugurado oficialmente no dia 1 de novembro de 2025, junto ao planalto das Pirâmides de Gizé, num evento marcado por grande simbolismo e celebração nacional. Considerado o maior museu arqueológico do mundo dedicado a uma única civilização, o GEM promete transformar a forma como o público se relaciona com o passado faraónico e com o legado milenar do Egito.

Um sonho que começou nos anos 1990

A ideia de criar um novo museu nasceu ainda na década de 1990, quando o antigo Museu Egípcio do Cairo, situado na Praça Tahrir, já não conseguia albergar de forma adequada o vastíssimo acervo arqueológico do país. Em 2002, o então presidente Hosni Mubarak lançou a pedra fundamental do projeto, e as obras começaram em 2005.

O caminho até à inauguração não foi simples: o Egito atravessou revoluções, crises políticas e económicas, e até uma pandemia que adiou várias vezes a abertura do museu. Mas a perseverança prevaleceu, e o resultado é uma estrutura monumental que une tecnologia, história e arte num só espaço.

Uma arquitetura digna dos faraós

O edifício foi concebido pelos arquitetos irlandeses Heneghan Peng e impressiona pela sua grandiosidade e harmonia com o cenário das pirâmides. A fachada triangular de pedra clara reflete o deserto e dialoga visualmente com as linhas geométricas das pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos.

O interior é igualmente majestoso: uma escadaria monumental conduz o visitante através de seis níveis até às galerias principais, ladeadas por estátuas colossais de faraós. Logo na entrada, impõe-se a figura de Ramsés II, com 11 metros de altura e 83 toneladas, uma das peças mais emblemáticas do acervo, agora instalada num hall envidraçado que deixa ver as pirâmides ao fundo.

A tumba de Tutankhamon – revelada por completo pela primeira vez

Um dos maiores atrativos do museu é a coleção de Tutankhamon, o jovem faraó cujo túmulo foi descoberto em 1922 por Howard Carter. Pela primeira vez, os mais de 5 000 objetos encontrados na sua tumba, entre joias, móveis, carruagens e a icónica máscara dourada, são exibidos em conjunto, ocupando uma galeria inteira dedicada ao seu reinado e à simbologia da vida após a morte no Egito Antigo.

A exposição permite compreender o esplendor do Antigo Egito e o fascínio que Tutankhamon continua a exercer sobre o mundo moderno.

Uma viagem pela civilização egípcia

O museu organiza-se em 12 grandes galerias temáticas, que conduzem o visitante desde o período pré-dinástico até à era greco-romana. Cada sala revela um aspeto diferente da civilização: o poder dos faraós, a vida quotidiana, a escrita hieroglífica, a religião, os rituais funerários e a arte.

A museografia aposta na interatividade e nas tecnologias digitais, com projeções imersivas, hologramas e ambientes sonoros, tornando a visita não apenas educativa, mas sensorial e envolvente.

O museu do futuro

Para além da exposição pública, o GEM integra laboratórios de conservação e restauro equipados com tecnologia de ponta, uma biblioteca especializada e um centro de investigação arqueológica. Esta dimensão científica reforça o papel do museu não só como espaço de memória, mas como instituição viva de conhecimento, dedicada à preservação do património para as gerações futuras.

Um novo ícone cultural e turístico

O Grande Museu Egípcio é mais do que um museu: é um símbolo da identidade e do renascimento cultural do Egito. A sua proximidade às pirâmides cria um eixo histórico único no mundo, onde o passado e o presente se encontram.

Com uma área superior a 480 000 metros quadrados, o GEM espera receber milhões de visitantes por ano, reforçando o papel do Egito como destino cultural de excelência e motor do turismo mundial.

A inauguração, presidida por Abdel Fattah al-Sisi, contou com espetáculos de luz, música e desfiles inspirados na iconografia faraónica, uma celebração à altura de uma civilização que há milénios continua a inspirar o planeta.

Porque visitar o Grande Museu Egípcio?

• Ver a coleção completa de Tutankhamon reunida pela primeira vez.

• Admirar a monumental estátua de Ramsés II.

• Percorrer galerias que contam 5 000 anos de história.

• Desfrutar de uma vista única para as Pirâmides de Gizé.

• Experienciar o equilíbrio perfeito entre tradição e tecnologia.

O Grande Museu Egípcio é um convite para viajar no tempo e reencontrar o esplendor do Antigo Egito, agora revelado com a grandiosidade e o respeito que a sua história merece.
Um novo templo da memória humana ergue-se em Gizé, celebrando a herança de uma civilização que, mesmo depois de milénios, continua a fascinar o mundo.

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