Espaço de Maria

No próximo domingo, dia 26 de outubro, quando forem 2 da manhã, os relógios atrasam uma hora para voltar a ser 1:00. Isso significa que ganhamos uma hora de sono, mas os dias passam a escurecer mais cedo.

Esta mudança acontece duas vezes por ano: no último domingo de março, os relógios adiantam-se uma hora e começa a chamada hora de verão. Já no último domingo de outubro, os relógios atrasam-se uma hora e regressamos à hora de inverno.

Mas afinal, porque é que mudamos a hora?

A ideia nasceu da vontade de aproveitar melhor a luz do dia e poupar energia elétrica. No verão, ao adiantar o relógio, as pessoas acordam e deitam-se mais cedo, utilizando menos iluminação artificial. No inverno, o atraso da hora permite que o amanhecer aconteça mais cedo, o que é útil para quem sai de casa de manhã.

O conceito de hora de verão, em inglês Daylight Savings Time, começou a ser estudado no século XIX. Um dos primeiros a sugeri-lo foi George Hudson, que queria mais horas de luz para caçar insetos. Mais tarde, William Willett, bisavô do vocalista dos Coldplay, Chris Martin, escreveu um panfleto chamado The Waste of Daylight, defendendo que se devia aproveitar melhor o tempo em que o Sol está no céu.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a ideia foi posta em prática por países como a Alemanha e o Reino Unido, com o objetivo de poupar carvão e energia. A medida espalhou-se pela Europa e, mais tarde, tornou-se uma prática comum em quase todo o mundo ocidental.

Atualmente, a União Europeia define que todos os países adiantem e atrasem os relógios nas mesmas datas, para manter a coordenação entre os Estados-membros. Ainda assim, o debate continua: será que vale mesmo a pena mudar a hora?

Há quem defenda que sim, por razões de segurança e produtividade, e quem diga que não, por afetar o sono e o bem-estar. Em Portugal, estudos indicam que a mudança traz pequenas vantagens energéticas e não causa grandes perturbações.

Enquanto a decisão europeia sobre acabar ou não com a mudança de hora continua adiada, este fim de semana voltamos a ajustar os ponteiros e a refletir sobre um costume que mistura ciência, história e hábitos sociais.

E você, o que acha da mudança da hora?
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