
Assisti recentemente ao filme “7 Dias em Entebbe”, baseado em factos reais que ocorreram em julho de 1976. A obra retrata um episódio dramático da história contemporânea, o sequestro de um avião da Air France, que partiu de Tel Aviv em direção a Paris, e que foi desviado para Entebbe, Uganda. Os passageiros judeus foram mantidos como reféns, com o intuito de negociar a libertação de terroristas e anarquistas palestinos presos em Israel e na Europa.
Sob uma pressão enorme, o governo israelita planeou e executou uma operação militar audaciosa para libertar os reféns. Conhecida inicialmente como Operação Thunderbolt, esta missão de resgate foi posteriormente renomeada Operação Yonatan, em homenagem ao comandante Yonatan Netanyahu, irmão do atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que foi o único soldado israelita a perder a vida durante a operação. Este resgate tornou-se um marco nas operações antiterroristas e, até hoje, é considerado por especialistas uma das missões de resgate mais complexas e bem-sucedidas da história militar.
Embora o filme tenha tido potencial para se tornar uma obra-prima, o resultado final deixa algo a desejar. O enredo é forte, o elenco é bom, e a história é, sem dúvida, fascinante, mas a execução acaba por ficar aquém das expectativas. O filme foi alvo de críticas, sobretudo pela maneira como humaniza os terroristas e por introduzir elementos que desviam a atenção do evento central: o sequestro e resgate de civis inocentes.
Na minha opinião, o maior problema reside precisamente aí. Ao tentar explorar as motivações pessoais dos sequestradores, o filme quase os retrata como figuras compreensíveis, o que me parece inapropriado, dado o contexto. O ato de sequestrar civis não tem justificação e, ao suavizar essa realidade, o filme parece desvirtuar a gravidade da situação. Há momentos em que o filme chega ao cúmulo de mostrar as crianças reféns a jogar futebol no aeroporto, como se estivessem num campo de férias, enquanto eram usadas como moeda de troca num jogo político cruel.
Embora reconheça a tentativa do filme em mostrar a complexidade do conflito e as diferentes perspetivas, creio que esse equilíbrio não faz justiça à situação nem à coragem demonstrada pela unidade de forças especiais israelita, Sayeret Matkal, que executou o resgate.
No final das contas, “7 Dias em Entebbe” é uma obra que deixa o espectador com a sensação de que poderia ter sido muito mais impactante e respeitosa ao retratar uma das missões mais ousadas da história.
7 Dias em Entebbe | Trailer Legendado:
Filme Completo aqui:




Deixe um comentário